quarta-feira, 6 de maio de 2009

JovemCoop contesta estudo prévio do Plano de Pormenor das Sete Fontes

Os responsáveis da JovemCoop tecem críticas violentas ao estudo prévio do Plano de Pormenor das Sete Fontes, da responsabilidade da Câmara de Braga que esteve exposto recentemente no centro de Braga, durante a Feira das Freguesias e de que o jornal Diário do Minho deu conta na sua edição do passado domingo (3 de Maio) e que reproduzimos ontem aqui e de onde retiramos a imagem.

Numa missiva enviada à directora da Direcção-Regional de Cultura do Norte e ao vice-presidente da Câmara de Braga, a que tivemos acesso e que pode ser consultada aqui, o presidente da JovemCoop, Ricardo Silva, sustenta que a zona que envolve o futuro Hospital é protegida, pelo que “não se percebe porque é que a Câmara de Braga insiste num projecto que claramente descaracteriza o monumento edificado [complexo arquitectónico das Sete Fontes]”.

Aquele dirigente associativo apelida o estudo prévio do Plano de Pormenor para as Sete Fontes de “preocupante” e que é “motivo de reprovação”, uma vez que “nenhum executivo de boa-fé e com bom senso diz querer proteger um Sítio Eco-Monumental encastrando-o em zona de construção. Toda aquela área tem sofrido um avanço construtivo muito célere, fruto do progresso urbanístico e de um deficiente órgão regulador de planeamento”.

Como alternativa, é sugerido para o local a criação de um espaço verde de descanso, “onde possam usufruir de paz e do sistema ecológico que lá reside”, preconizando a inclusão de um Museu da Água, onde os bracarenses “poderiam aprender mais sobre o ciclo da água e poderiam orgulhar-se do seu passado se se protegesse condignamente o edificado do séc. XVIII e se promovessem campanhas arqueológicas para descobrir os vestígios romanos que, por certo, lá jazem, incentivando o turismo em Braga”.

Acusam o vice-presidente da Câmara de Braga, Nuno Alpoim, de se ter recusado a recebê-los, não obstante solicitação nesse sentido e criticam violentamente o actual estado de coisas: “Cortar um espaço verde com vias betuminosas e alargar a área de construção não é pensar na qualidade de vida, mas na qualidade de um rentável espaço construtivo imobiliário”.

Recorde-se que, em entrevista que nos concedeu, recentemente, Nuno Alpoim, sublinhou que o complexo das Sete Fontes só existe hoje, porque foi preservado pela Câmara de Braga e que “nada do que lá está poderá vir a ser tocado”. Sobre o “Parque Urbano das Sete Fontes”, previsto para o local, disse que “visa não só preservar, mas dignificar e colocar à fruição popular todo aquele espaço. E é isso que vai ser feito e será feito!”.

Sobre as críticas que têm sido feitas ao executivo e que despoletaram uma marcha, em Março, em defesa das Sete Fontes, o vice-presidente da Câmara de Braga diz não estar de acordo com elas, observando que “o património é demasiadamente importante para servir de arma de arremesso político”, sugerindo que todas as polémicas que têm vindo a público em relação ao espaço decorem do facto de este ser um ano de Eleições Autárquicas.

Confrontado sobre a não existência de diálogo entre a Câmara e instituições que têm estado na linha da frente da contestação, como é o caso da JovemCoop, Nuno Alpoim é taxativo: “O diálogo é institucional. Nós estamos numa democracia estabilizada, não estamos numa democracia popular onde os poderes públicos dialogam individualmente com cada cidadão, dialogamos com as instituições e, sobretudo, com aquelas que procuram também esse diálogo. O diálogo faz-se a dois, pelo menos, não pode haver apenas um interlocutor. Nunca por parte da Câmara há encerramento de um diálogo quando o diálogo é sério, honesto, leal e pretende, efectivamente, a salvaguarda do património”.

O Público de hoje também aborda o assunto. O texto de Samuel Silva tem por título "Projecto para as Sete Fontes contestado em Braga".

Um destes dias vamos para o terreno, desenvolver reportagem no espaço das Sete Fontes. É o assunto do momento, em Braga, e que vai de encontro ao âmbito do nosso projecto: “Entre a construção e a preservação do património”.

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